terça-feira, 11 de outubro de 2011

Resumo: Literatura Brasileira


LITERATURA BRASILEIRA - Quadro Cronológico


ESTILO LITERÁRIO /                      DESTAQUES                              CARACTERÍSTICAS GERAIS
ERA COLONIAL QUINHENTISMO

Início:
A Carta de Caminha

Contexto histórico:


  • Os portugue- ses chegam ao Brasil
  • A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil
Literatura documental, histórica, de caráter informativo.
A Carta de Caminha
é o primeiro documento literário brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. Foi parodiada de forma satírica por Oswald de Andrade, poeta modernista.
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo.
No Romantismo: Gonçalves Dias, José de Alencar.
No Modernismo: Oswald de Andrade.

Destacaram-se:

- Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha
- Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência da tradição medieval. Obs.: Não recebeu influência da poesia lírica de Camões (soneto).
- Pe. Manuel da Nóbrega
BARROCO

Início:
Prosopopeia - poema épico de Bento Teixeira

Contexto histórico:


  • As invasões holandesas no Brasil
  • Os bandeirantes
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida.
Características:
rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de metáforas e associações.
Cultismo ou Gongorismo:
abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.
Conceptismo (Quevedo):
jogo de ideias, pesquisa e essência íntima.

Destacaram-se:

- Gregório de Matos - apelidado de "A Boca do Inferno". Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.
- Bento Teixeira
- Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua estada em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e durante a sua permanência no Brasil, aderiu a temas nacionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o Sermão da Sexagésima.
ARCADISMO

Início:
Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.

Contexto histórico:

  • A Inconfidência Mineira
  • A Revolução Farroupilha
  • A vinda da Família Real para o Brasil
Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza (locus amoenus).
Fugere urbem
("evitar a cidade", "fugir da civilização"). busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.
Carpe diem
("aproveite o dia"). Consciência da fugacidade do tempo.
Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de linguagem.
Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotografia, como um pano de fundo.
Pseudônimos.
Fingimento / Artificialismo

Destacaram-se:

- Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadismo brasileiro com suas liras Marília de Dirceu. Pseudônimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas Chilenas). Autores épicos do Arcadismo brasileiro:
- Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.
- Basílio da Gama - Obra: O Uraguai.
- Santa Rita Durão - Obra: Caramuru. Obs.: O índio antes de José de Alencar aparece nos poemas épicos O Uraguai e Caramuru. Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo.
ERA NACIONAL ROMANTISMO

Início:
publicação de Suspiros Poéticos, de Gonçalves de Magalhães
Contexto histórico:

  • A Imprensa no Brasil
  • A crise do 2º Reinado
  • A abolição da escravidão
Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.

1ª geração romântica:
1840/50 - indianista ou nacionalista. A temática era o índio, a pátria.
Destacou-se:
- Gonçalves Dias - Obras:
Canção do Exílio e I Juca Pirama.

2ª geração romântica:
1850/60 - byroniana, mal-do-século, individualista ou ultra-romântica. A temática era a morte.
Destacou-se:

Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakespeare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos Noite na taverna.

3ª geração romântica:
1860/70 - condoreira, social ou hugoana. A temática é a abolição e a república.
Destacaram-se:

Poesia:

- Castro Alves - poeta representante da burguesia liberal. Obras: Espumas Flutuantes, O Navio Negreiro, Vozes d'África.
Prosa:

- José de Alencar (representante maior) - defensor do "falar brasileiro" / dá forma ao herói / amalgamando a sua vida à natureza.
- Joaquim Manuel de Macedo - Obra: A Moreninha.
- Bernardo Guimarães - Obra: A escrava Isaura.
- Manuel Antônio de Almeida - Obra: Memórias de um sargento de milícias.

Modalidades do Romantismo:
Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, O filho do pescador.
Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha.
Romance regionalista: Bernardo Guimarães, O ermitão de Muquém.
Romance indianista e histórico - José de Alencar, O Guarani.

Obs.:
O Romantismo está para o Modernismo.
REALISMO / NATURALISMO

REALISMO


Início:
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881.

NATURALISMO


Início:
O Mulato, de Aluísio Azevedo

Contexto histórico:

  • A Proclamação da República
  • A Primeira República
REALISMO
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero.
A
nálise psicológica dos personagens.
Objetividade, temas contemporâneos.
Destacou-se:
Machado de Assis - trilogia:
Memórias Póstumas de Brás Cubas (narrado em 1ª pessoa); Quincas Borba ("ao vencedor as batatas"); Dom Casmurro (narrado em 1ª pessoa - enigma de traição)

NATURALISMO

Desdobramento do Realismo.
Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela sociedade.
O Naturalismo é fruto da experiência.
Análise biológica e patológica das personagens.
Determinismo acentuado.
As personagens são compradas aos animais (zoomorfismo).

Destacaram-se:

- Aluísio Azevedo - Obras: O Mulato; O Cortiço (romance social, personagem principal do romance é o próprio cortiço).
- Raul Pompeia - Obra: O Ateneu.
PARNASIANISMO

Início:
Fanfarras, de Teófilo Dias

Contexto histórico:

  • Contemporâneo do Realismo - Naturalismo
Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o Realismo - Naturalismo.
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer poético.
Arte pela arte.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; objetividade.
Os poetas parnasianos são considerados "os mestres do passado". Por suas manias de precisão foram criticados severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.

Destacou-se:

Olavo Bilac (poeta representante) - Profissão de Fé.
SIMBOLISMO

Início:
Missal e Broquéis, de Cruz e Souza

Contexto histórico:

  • Fundação da Academia Brasileira de Letras
Origem: a poesia de Baudelaire.
Características:
desmistificação da poesia, sinestesia, musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor e revolta.

Destacou-se:
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra:
Missal e Broquéis.
PRÉ-MODERNISMO

Início:
Os Sertões, Euclides da Cunha; Canaã, Graça Aranha

Contexto histórico:

  • Guerra do Contestado
  • A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
  • A revolta da Vacina
Convivem juntas duas tendências:

1. Conservadora:
sobrevivência da mentalidade positivista, agnóstica e liberal.

Destacou-se:
Euclides da Cunha - Obra:
Os Sertões (miséria e subdesenvolvimento nordestino).

2. Renovadora:
incorporação de aspectos da realidade brasileira.

Destacaram-se:

- Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma (a vida urbana e as transformações de início de século).
- Monteiro Lobato - livro de contos Urupês (a miséria do caboclo, a decadência da cultura cafeeira). Obs.: Foi Monteiro Lobato quem criticou a exposição da pintora Anita Malfatti, chamando-a de "Paranóia ou Mistificação".
- Graça Aranha, Canaã (imigração além do Espírito Santo).

Poeta representante:
Augusto dos Anjos - Obra: Eu e outras poesias.
MODERNISMO
PRIMEIRA FASE


Início:
Semana de Arte Moderna

Contexto histórico:

  • Fundação do Partido Comunista Brasileiro
  • A Revolução de 1930
Poesia nacionalista.
Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimento contra.
Anarquismo, luta contra o tradicionalismo; paródia, humor.
Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem coloquial.

Destacaram-se:

- Mário de Andrade - Obra: Pauliceia desvairada (Prefácio Interessantíssimo)
- Oswald de Andrade - Obra: Manifesto antropofágico / Pau-Brasil
- Manuel Bandeira - Obra: Libertinagem
MODERNISMO
SEGUNDA FASE


Contexto histórico:


  • A Era Vargas
  • Lampião e o cangaço no sertão
Destaca-se a prosa regionalista nordestina (prosa neo-realista e neo-naturalista).

Representantes:

- Graciliano Ramos - representante maior, criador do romance psicológico nordestino - Obras: Vidas Secas; São Bernardo.
- Jorge Amado - Obras: Mar Morto; Capitães da Areia.
- José Lins do Rego - Obras: Menino de Engenho; Fogo Morto.
- Rachel de Queiroz - Obra: O Quinze.
- José Américo de Almeida - Obra: A Bagaceira

Poesia 30/45 -
ruma para o universal.
Carlos Drummond de Andrade faz poesia de tensão ideológica.

Fase de Drummond:

- Eu maior que o mundo - poema, humor, piada.
- Eu menor que o mundo - poesia de ação.
- Eu igual ao mundo - poesia metafísica.

Poetas espiritualistas:

- Cecília Meireles - herdeira do Simbolismo.
- Jorge de Lima - Invenção de Orpheu.
- Vinícius de Moraes - Soneto da Fidelidade.
MODERNISMO
TERCEIRA FASE


Contexto histórico:


  • A Redemocratização do Brasil
  • A ditadura militar no Brasil
Continua predominando a prosa.

Representantes:

- Guimarães Rosa - Neologismo - Obra: Sagarana.
- Clarice Lispector - Introspectiva - Obra: Laços de Família, onde a autora procura retratar o cotidiano monótono e sufocante da família burguesa brasileira.
Obs.:
Os escritores acima procuram universalizar o romance nacional. São considerados pela crítica literária, escritores instrumentalistas.

Poesia concreta:

- João Cabral de Melo Neto - poeta de poucas palavras. Obra de maior relevância literária: Morte e Vida Severina. Tem intertextualidade com o teatro Vicentino.

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